Um relatório aponta que um spyware chamado Pegasus infectou os telefones de cerca de 50 mil pessoas nos EUA ligadas ao governo, políticos da oposição, jornalistas, ativistas e executivos de negócios.
Uma investigação realizada pelos 17 grandes canais de comunicação, incluindo o Guardian e o Washington Post, revelou que todos esses números de telefone podem ser de clientes da empresa de vigilância israelense NSO Group, desenvolvedora do software Pegasus.
O Pegasus é um software de vigilância altamente sofisticado que pode ser instalado secretamente em iPhones e telefones Android que permite invasores roubar mensagens, fotos e e-mails, além de gravar chamadas e ativar microfones secretamente.
"O Grupo NSO desenvolve a melhor tecnologia da categoria para ajudar as agências governamentais a detectar e prevenir uma ampla gama de ameaças locais e globais. Nossos produtos ajudam as agências de inteligência governamental e de aplicação da lei a usar a tecnologia para enfrentar os desafios da criptografia para prevenir e investigar o terrorismo e o crime.", diz o site da empresa.
De acordo com a empresa, "a NSO licencia a Pegasus para estados soberanos e agências estaduais, não opera a Pegasus, não tem visibilidade de seu uso e não coleta informações sobre os clientes".
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A investigação original foi realizada em conjunto pela Forbidden Stories de mídia sem fins lucrativos sediada em Paris e pelo grupo de direitos humanos Amnistia Internacional, que partilhou o acesso à lista que vazou com parceiros de mídia como parte do "Projeto Pegasus".
Mais de mil indivíduos em 50 países foram selecionados por clientes da NSO para vigilância potencial, que inclui 189 jornalistas, mais de 600 políticos e funcionários do governo, pelo menos 65 executivos, 85 ativistas de direitos humanos e vários chefes de estado.
A maioria dos números de telefone pertenciam a dez países: Azerbaijão, Bahrein, Índia, Hungria, Cazaquistão, México, Marrocos, Ruanda, Arábia Saudita e Emirados Árabes Unidos.
Embora não esteja claro quantos dispositivos da lista foram realmente atingidos pelo o spyware, os testes realizados em 37 telefones indicaram que houve "tentativas e sucesso" de hacks, segundo o The Washington Post.
O Grupo NSO contestou as conclusões da investigação, afirmando que o relatório inclui "teorias não corroboradas" com base na "interpretação enganosa de dados vazados de informações básicas acessíveis e evidentes."
A empresa disse que não é responsável por seu uso indevido e que continuará investigando todas as alegações de uso indevido e tomar as medidas cabíveis.
Além disso, ela também está considerando um processo por difamação, pois afirma que essas alegações são ultrajantes e distantes da realidade. Novos capítulos desta história devem sair nos próximos dias.
Via: Tech Worm