A falta de memória chegou a um nível que muita gente do setor não via há anos. Alguns módulos de RAM já ultrapassaram a faixa dos R$ 5.000, e tudo indica que o cenário vai continuar apertado pelos próximos trimestres.
Segundo o DigiTimes, a Samsung — uma das maiores fabricantes de DRAM do mundo — está analisando uma mudança importante nas linhas de produção, direcionando mais capacidade para DDR e LPDDR.
A pressão competitiva no segmento de HBM reduziu a lucratividade da empresa, enquanto o preço do DDR5 sobe dia após dia, criando um cenário mais vantajoso para a gigante sul-coreana.
O valor oficial de um RDIMM de 64 GB saltou de cerca de R$ 1.500 no terceiro trimestre de 2025 para R$ 2.500 no quarto. É quase 70% a mais em poucos meses.
Hoje, o DDR5 já rende mais dinheiro para a Samsung do que o HBM3E, e tudo indica que novos aumentos trimestrais podem empurrar esses módulos para algo próximo de R$ 2.800.
A empresa deve mover parte da produção para a tecnologia DRAM 1c, abrindo espaço para módulos DDR5, LPDDR5X, LPDDR6 e GDDR7. O ponto que mais chama atenção é a margem de lucro bruta de 75% com RDIMMs.
Essa mudança tende a fazer com que a Samsung ganhe mais com DRAM de uso geral do que com HBM, mas isso não significa que jogadores serão beneficiados.
A maior parte dessa produção extra deve ir direto para o mercado de IA, abastecendo CSPs e grandes empresas focadas em data centers, o que deixa o consumidor comum em segundo plano. Esse movimento ajuda a entender por que a Micron saiu do mercado de consumo.
O setor de IA gera margens muito maiores e garante que os fornecedores de DRAM aproveitem ao máximo o atual ciclo do mercado. Para quem joga no PC, o panorama segue nebuloso, sem sinais de melhora no curto prazo.








